quarta-feira, 1 de novembro de 2023

O Brasil do Futuro Chegou. E a casa nao está arrumada pra recebê-lo.

Hoje, nos deparamos com uma realidade que era apenas uma previsão no passado: o Brasil está envelhecendo. Quando éramos jovens, o otimismo do slogan "Brasil, o país do futuro" ecoava em nossas mentes. Acreditávamos que éramos a promessa de um Brasil jovem, inovador e em crescimento. Contudo, o futuro chegou, e com ele, desafios que não podemos ignorar.

A análise dos dados do censo revela um Brasil cada vez mais velho, e nossa geração, que uma vez foi considerada o futuro, agora está na meia-idade. O ponto crucial no envelhecimento da nação é claro: o Brasil não se preparou para esta transição de maneira adequada. Não houve preparo estrutural, políticas públicas suficientes e, mais preocupante ainda, não houve uma mudança cultural significativa.

Nossa sociedade tem uma tendência alarmante de descartar os idosos. A cultura valoriza a juventude e vigor, relegando a experiência de vida a um segundo plano. No mercado de trabalho, pessoas com 40 ou 50 anos são frequentemente preteridas. Nas indústrias criativas, a estética jovem muitas vezes prevalece sobre o talento consolidado, relegando artistas experientes a papéis secundários ou excluindo-os completamente de grandes produções.

Além disso, nosso cotidiano reflete uma falta de respeito pelos idosos. Raramente nos levantamos nos transportes públicos para que idosos se assentem, e muitas vezes zombamos de casais mais velhos que demonstram afeto em público. Esta falta de valorização do envelhecimento é um reflexo de uma sociedade que ainda não está pronta para lidar com seu novo futuro.

É crucial repensarmos urgentemente todas as esferas da sociedade para enfrentarmos essa realidade. Precisamos começar a valorizar a experiência e sabedoria dos mais velhos, reconhecendo seu potencial e contribuição contínua para a sociedade. Devemos investir em políticas públicas que apoiem os idosos, garantindo acesso à saúde, educação e oportunidades de trabalho dignas.

Nós, como sociedade, precisamos mudar nossa mentalidade. Em breve, a geração TikTok estará assumindo papéis de liderança, e é nossa responsabilidade criar um ambiente onde a diversidade de idades seja valorizada e respeitada. Somente assim poderemos enfrentar os desafios do envelhecimento populacional e construir um futuro inclusivo e equitativo para todos, independentemente da idade.

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