sábado, 15 de julho de 2006

Uma sensação diferente



Não sei se você já leu uma crônica do Veríssimo, em que dois garotos, amigos de infância, por causa de um jogo de bolas de gude (aqui em minas se chama assim) se tornaram inimigos mortais, competidores em tudo que faziam, a ponto de morrerem defendendo cada um seu ponto de vista sobre o episódio da infância.
Eu fico pensando quantos de nós não agem da mesma maneira. Em nossa lida diária nos envolvemos com situações que, muitas vezes, são simples de resolver, mas criamos sobre elas uma redoma protetora para que elas se mantenham conservadas em seu estado original e assim possamos todas as vezes olhar para elas e dizer: “Olha aí! Eu não disse?” e então desfilamos um rosário de questões que nos separam de quem nós gostamos e de quem é muito importante para nós.
Quem age assim pode ter dois problemas – um consigo e um com o outro.
Vamos pensar no problema com o outro.
Quando ficamos batendo na tecla de alguma coisa errada que nos magoou ou teve efeito parecido, acabamos criando um “calo” emocional. Sabe, a resistência em procurar o outro e relevar, ou mesmo perdoar, vai sendo minada e o risco de afastamento é muito grande. E quantas amizades boas se perdem na poeira do tempo, quantos relacionamentos profícuos se esvaziam a ponto de haver separação física e emocional? Deixamos que alguém importante se vá pra longe (e nem sempre é tão longe assim) porque cultivamos o momento da discórdia, guardamos bem viva em nossa lembrança a fala, o silêncio, a palavra ingrata ou o que seja que nos fez sentir mal.
Tem gente que acha que a desculpa tem de vir do “outro” lado, “quem errou tem de reconhecer seu erro’. Pode ser, mas eu ainda sou defensor do perdão. Não da desculpa, mas do perdão, porque perdão tem a ver com remissão, que é a anulação de tudo que me fazia sentir mal, sentir dor.
Creio que seja essa dor o problema que citei acima como uma das conseqüências de guardar mágoa de alguém. E não fomos feitos pra conviver com a dor, concorda?
Qual a solução? Penso que cada um pode achar a sua, mas todas remetem a um ponto: tomar a iniciativa do perdão – algo que, além de nobre, faz um bem enorme. Causa uma sensação de alívio, porque você deixa de canalizar suas energias em algo que já se foi, que está no passado e passa a se preocupar com o que acontecerá de bom num futuro imediato.
Não é à toa que muita gente diz que, depois de experimentar perdoar, se sentiu mais leve, mais livre. Essa é a sensação – LIBERDADE PRA VIVER SEM DOR!
Beijos no coração!

2 comentários:

Anônimo disse...

LINDO DEMAISSS!
NEM PRECISO DEZER QUE AMEI..
VOCÊ É MESMO OTIMO..
SOU SUA ADMIRADORA POR SER ESSA PESSOA LINDA QUE VOCÊ E CONSEGUE TRASFERIR TUDO ISSO NO QUE ESCREVE.
COM AMOR
BIA

Anônimo disse...

É... verdade profunda esse reconhecimento de que não importa o que causa separação... importa o perdão. Di, seu texto está liiiiiinnnddoo!
Bjuxx no seu coração, Ana