Em muitos lugares do Brasil, quando queremos dizer que alguém não tem uma condição financeira muito boa, dizemos que essa pessoa não tem eira nem beira. Um guia de Olinda/PE me mostrou (literalmente) como essa expressão surgiu.
As famílias portuguesas que aqui se instalavam demonstravam seu poderio e riqueza através das edificações de suas casas e igrejas. Assim, quanto mais alta era a torre da igreja, maior a riqueza de quem a havia construído. Há casos, segundo Seu João, meu guia em Olinda, em que as famílias pagavam impostos à coroa para que pudessem estabelecer uma segunda torre na igreja, já que o usual e permitido era apenas uma.
Da mesma maneira, nas construções havia um prolongamento nos telhados que servia para proteção da chuva e recebia o nome de eira. Um segundo prolongamento recebia o nome de beira e as pessoas com posses poderiam fazer uma terceira extensão chamada tribeira. Esse tipo de demonstração não deixava a menor dúvida quanto à riqueza daquela família.
Aqui vocês veem algumas fotos que fiz da igreja construída pela família mais rica de Olinda - a de seu fundador, Duarte Coelho. Uma família com eira, beira e tribeira.
Um comentário:
Eira e Beira...Muito comum em cidades históricas como Ouro Preto em Minas Gerais!
Ali também as famílias de portugueses ricos construiam suas casas com "Eira e Beira" para se distinguirem das outras casas.
Ou seja, a pessoa pode ter casa, mas é um "Sem Eira, nem Beira'!
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