quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sem eira, nem beira


Em muitos lugares do Brasil, quando queremos dizer que alguém não tem uma condição financeira muito boa,  dizemos  que essa pessoa não tem eira nem beira. Um guia de Olinda/PE me mostrou (literalmente) como essa expressão surgiu.
As famílias portuguesas que aqui se instalavam demonstravam seu poderio e riqueza através das edificações de suas casas e igrejas. Assim, quanto mais alta era a torre da igreja, maior a riqueza de quem a havia construído. Há casos, segundo Seu João, meu guia em Olinda, em que as famílias pagavam impostos à coroa para que pudessem estabelecer uma segunda torre na igreja, já que o usual e permitido era apenas uma.
Da mesma maneira, nas construções havia um prolongamento nos telhados que servia para proteção da chuva e recebia o nome de eira. Um segundo prolongamento recebia o nome de beira e as pessoas com posses poderiam fazer uma terceira extensão chamada tribeira. Esse tipo de demonstração não deixava a menor dúvida quanto à riqueza daquela família.
Aqui vocês veem algumas fotos que fiz da igreja construída pela família mais rica de Olinda - a de seu fundador, Duarte Coelho. Uma família com eira, beira e tribeira.

Um comentário:

Brígida Oliveira disse...

Eira e Beira...Muito comum em cidades históricas como Ouro Preto em Minas Gerais!

Ali também as famílias de portugueses ricos construiam suas casas com "Eira e Beira" para se distinguirem das outras casas.

Ou seja, a pessoa pode ter casa, mas é um "Sem Eira, nem Beira'!