sábado, 1 de janeiro de 2011

Um reveillon bombástico

“Um novo tempo apesar dos perigos”. Creio que essa frase retrata bem a minha virada de ano. Foram momentos inesquecíveis aqueles passados junto a tantas pessoas de diferentes localidades. Não, não estou falando de um réveillon em Copacabana, com um espetáculo fabuloso de fogos e efeitos, nem nos shows da Paulista - SP e muito menos no show da virada na orla da minha querida Pampulha em BH. Meu réveillon foi no saguão do aeroporto internacional de Confins junto com mais 130 pessoas. Por quê? Problemas técnicos (ou não!) fizeram o voo JJ3608 da TAM retornar ao aeroporto. Esse foi o início de meu réveillon.

Iniciei os procedimentos de voo em uma primeira aeronave, crente de que chegaria a tempo de ver os fogos em Recife e assim embarquei num voo que se alçou sem o menor problema. Após 15 minutos o comandante disse que teríamos de retornar em função de problemas técnicos. Isto já nos deixou apreensivos mas tudo transcorreu bem e pousamos em Confins ainda esperançosos de iniciar o novo ano com nossos amigos e familiares em Recife.

Aguardamos as providências de reembarque dentro de alguns minutos. Passaram-se trinta longos minutos e já estávamos em nova aeronave acomodados e prontos pra partir. Mas veio o comandante, com sua voz agradável, nos trazer a surpresa número dois: não poderíamos, ainda, voar porque fora encontrado um bilhete no banheiro do avião com uma ameaça de bomba na aeronave e todo um procedimento de segurança deveria ser realizado. Começa, então, a saga de pessoas que não tiveram, por parte da TAM, qualquer respeito em função do ocorrido. Nenhuma explicação, qualquer tipo de posição nos foi dada até que alguns se alteraram e se indispuseram com os funcionários da empresa e da Infraero. Nenhum procedimento de acolhida daqueles que agora viam frustradas as expectativas de iniciar um novo ao lado de seus queridos.

Foram horas de incômodo e desconforto num saguão frio de aeroporto, passando por revista, sem que qualquer agente da polícia federal comparecesse para nos dizer o que estava acontecendo.

Depois de muita reclamação, um funcionário da Infraero tenteou nos explicar, sem profundidade, o que estava ocorrendo. Com fome, estressados, cuidando para acalmar as muitas crianças de colo ou não que estavam com seus pais, fomos direcionados para a lanchonete do aeroporto, com direito a 15 reais por pessoa, a fim de matar nossa fome, que, na verdade, não era de comida, mas de saber que horas sairíamos daquele lugar.

Enquanto isso, nossas malas estavam sendo reviradas lá embaixo, sem termos a o direto de presenciar o que faziam com nossos pertences.

Depois de sete horas de espera, frustração, alguns lances cômicos (por que não?) , uma nova tripulação e uma nova aeronave (sem bomba ou bilhetes) fomos liberados para voar até nosso destino.

Apesar de tudo, somos brasileiros e temos em nossa essência a capacidade inata de renovar e aproveitar as coisas boas de momentos nem sempre tão bons. A lição dessa noite? Nada nem ninguém pode tirar de nós o desejo de viver e de ser feliz. Fomos recebidos em Recife com um sol maravilhoso, um sorriso largo dos da terra e a certeza de que todos estamos vivendo um novo tempo, apesar dos perigos.

Feliz 2011!

2 comentários:

Brígida Oliveira disse...

Se acontecesse comigo pensaria mil coisas...talvez até desistiria de viajar...
Que bom que no final deu tudo certo!

Dalcira Ferrão Fiori disse...

O ano começou bem, hein coração? Não te falei que Confins ainda ia aprontar uma pra vc? Parece que eu estava adivinhando... rsss... Mas ameaça de bomba tbm já é demais... rs... Beijos e aproveite... Dal